quarta-feira, 27 de abril de 2016

24º dia de Aventura - 13 de Março de 2016

24º dia de Aventura
Ciao a tutti!!
Famiglia, amici, figliocci …
Sono moto felice in italia!!
Como a maioria sabe, ou se não sabe fica a saber, este fim-de-semana fui conhecer Pisa.
A Francesca, a minha colega de casa, viu o meu ambiente de trabalho do computador e perguntou-me onde tinha tirado aquela foto. É uma foto que tirei na mini europa em Bruxelas, e em que estou a apontar para a réplica da torre de Pisa. Expliquei-lhe e ela perguntou-me se eu gostava de conhecer a “verdadeira” torre. Claro que respondi que sim. Aí ela disse-me que, como mora em Pisa, da próxima vez que fosse a casa, se eu quisesse, poderia ir com ela e ficar na casa dela.
Então, esta semana perguntou-me se ainda queria ir. Disse logo que sim, se ela não se importasse. Sempre simpática e amiga, disse que teria todo o gosto de me receber. Comprámos os bilhetes.
Combinámos de nos encontrar na estação, na sexta-feira, por volta das 17h.
Partimos, então, de Reggio Emilia em direção a Pisa no comboio das 17h22. Foi uma longa viagem. Eu, ela e a Valéria (uma colega de trabalho da Francesca que ia visitar a irmã a Pisa). Chegámos por volta das 21h a Pisa. A casa da Francesca ficava a 5 minutos a pé da estação.
Pousámos as nossas coisas, a Francesca foi buscar a chave do carro, e fomos deixar a Valéria a casa da irmã e o irmão da Francesca à sede do partido (ou a um sitio do género).
Quando nós regressámos, jantámos e fomos descansar. Tinha sido um longo dia.
No sábado de manhã, depois do pequeno-almoço, fomos até ao centro da cidade. O centro tinha imensas lojas de roupa, perfumarias, lojas de recordações, artistas de rua. A Francesca mostrou-me onde foi a sua primeira casa, onde foi a sua Universidade, o largo onde os estudantes costumam passar o tempo e, finalmente, chegámos á praça onde está a torre de Pisa. A tore fica numa praça chamada Piazza dei Miracoli. Além da torre, existe lá um batistério, uma igreja e um cemitério. Representam o princípio, o meio e o fim da vida. São monumentos lindíssimos.  Em pedra branca, imponentes. O batistério (infelizmente não conseguimos entrar) é lindo. Tem uma forma redonda. Impressionante. Ao redor, existe um extenso relvado onde algumas pessoas aproveitavam o sol, tiravam fotos, liam, namoravam.
Depois de muitas fotos, encontrámos umas amigas da Francesa. Uma simpatia de raparigas. Sempre simpáticas, combinámos de ir jantar juntas. Uma espécie de jantar das mulheres.
Entretanto, já eram horas de ir almoçar e, com tanta caminhada, já estávamos com fome. Fomos para casa e a Francesca preparou uma “pasta con ragú”. É uma espécie de “massa à bolonhesa”. Que repasto. Este país não dá para dietas, e com a Francesa a cozinhar, impossível! Para sobremesa uns biscoitos que a mãe da Francesca mandou, e uma fatia de pão com nutela para cada uma. Como a francesca diz, “Para um docinho, há sempre espaço”.
Depois de almoço, descansámos um pouco e, a meio da tarde voltámos a sair. Já tínhamos saído de casa quando ela me falou no mar, e que ficava a 20 minutos de carro. Ela viu na minha cara que eu adoraria ir ver, e logo me perguntou se queria ir ver o pôr-do-sol no mar. Não havia como recusar esta proposta. Fomos a casa buscar a chave do carro e o carro, e pusemo-nos a caminho.
Não cheirava a mar. Não cheirava ao nosso mar. Mas a paisagem era fantástica. Uma água azul a contrastar com uma praia de pedras brancas. O céu a ganhar tons rosa e laranja. Lindo. Tirámos imensas fotos. Conversámos. Passeámos. Ficámos ali até o sol se pôr completamente.
Nessa praia, só um pequeno espaço tinha areia. Havia, ao fundo, um porto para os barcos de passeio. Lindo!! Acho que não há palavras que descrevam aquela paisagem. Não sei se pela sua beleza, se pela saudade que eu tinha de ver o mar. A verdade é que me soube muito bem.
De regresso a casa, parámos apenas do Coop, o supermercado. Voltámos a casa, arranjámo-nos para o jantar e lá fomos nós.
Fomos jantar a uma Trattoria. Uma tratória é um restaurante típico. Aquele era de comia típica do sul. O edifício, explicou-me uma amiga da Francesca, é uma antiga igreja. O altar fica na cozinha. Lindo! A comida era deliciosa. Comi tagliatelle à ragú di salsiccia e castagna. Humm, é tudo o que consigo dizer. Bebemos vinho tinto e, para sobremesa, uns biscoitos com amêndoa que tínhamos de mergulhar num licor. Uma espécie de aguardente. Muito bom. No fim, cada uma bebeu um golinho da aguarente que sobrou. “Começa a portuguesa”, disse uma amiga da Francesa.
À saída, encontrámos um casal amigo delas. Apresentaram-me e eles disseram logo que teria de provar um shot chamado “bomba hidráulica”. O nome assustou-me um bocado, mas la fui. Com uma decoração ao pormenor, depois de o barman deitar fogo ao shot, bebi e gostei. Um pouco forte, mas como levava chocolate, o sabor nem era mau.
Dalí fomos ao Sud. O Sud (sinónimo de sul, em italiano) é um bar onde servem bebidas típicas do sul de itália. A Francesca explicou-me que em Pisa a maioria dos habitantes é originário do sul de itália, como ela, por isso existem muitos restaurantes e bares com coisas típicas dessa região. No sud, cada uma pediu um copinho de um licor. O meu era de café. Mais uma maravilha italiana.
Depois de conversas e risadas, fomos até ao largo onde os estudantes costumam estar. Nesse largo, nas noites de fim-de-semana, costuma haver pessoas a tocar instrumentos e a dançar, explicou-me a Francesca. Havia imensa gente. A música era tradicional do sul. Algo parecido com folk. Algumas pessoas dançavam. As amigas da Francesa dançavam. A Francesca dançava. Eu arrisquei um ou dois passos. Pouco. Não é fácil dançar aquilo, e os meus pés ainda não estão prontos para tantos pulinhos.
De regresso a casa, e já a noite ia bem longa, a Francesca perguntou-me se tinha gostado da noite. Disse-lhe, com um sorriso, que adorei. E é verdade. A noite, a manhã, a tarde, foi tudo muito bom. Nem sempre existem pessoas assim, que abrem as portas da sua casa, da sua vida, a um alguém quase estranho de quem pouco sabem.
No domingo, hoje, aproveitámos para descasar e dormir mais um pouco. Depois do pequeno-almoço, aprimorado com uns biscoitos que a avó da Francesca lhe mandou, arrumamos as nossas coisas. A Francesa limpou a casa. Sei que parece mal dizer que não fiz nada. Mas é a verdade. Ela não me deixava. Nem sequer lavar a louça do pequeno-almoço. Esperámos pelo irmão da Francesca para almoçar. A ementa era “pasta com zucchini i salmone”. Mais uma delícia para ajudar à dieta.
Como almoçamos tarde e tínhamos de apanhar o comboio às 17h, ficamos por casa. Liguei à família pelo facebook para matar um bocadinho de saudades. Entretanto a Francesca perguntou-me se queria ir com ela visitar o bebé recém-nascido de uns vizinhos. La fomos nós. Vimos o bebé. Tomámos café. Conversámos. E já estava na hora de regressar. Pegámos nas nossas coisas e fomos até à estação.
Depois de três horas de viagem regressámos a Reggio Emilia. À nossa casinha.
Tenho de confessar que não me apetece nada ter de mudar de casa. Ok, este quarto é pequeno e tem uma janela no teto que deixa a luz entrar desde o nascer do dia. Mas com uma companheira de casa assim, que importância isso tem?? Pouca. Mas era isso que estava acordado com o senhorio e não me parece que exista volta a dar.
Mesmo assim, e apesar de ainda nem um mês ter passado, posso vos dizer que tive muita sorte com esta companheira de casa.
Como vêm, meus queridos, esta minha, ainda breve, aventura está a ser muito boa.
Muitos beijinhos
A vossa Xana Italiana 


domingo, 6 de março de 2016

3 de março de 2016

14º dia
Adoro ver filmes românticos. Daqueles bem lamechas, que nos fazem sonhar e pensar que existem príncipes da na vida real. Daqueles que se cruzam connosco por coincidência, que vão contra nós e se dá o “clique”, daqueles que nos pagam uma bebida num bar e mandam o empregado entregar-nos um bilhete. Muito lamechas e, talvez, um pouco irrealista. Ok. Mas eu sei que isso não é a realidade. Ou achava que sabia. Porque hoje, nesta minha querida itália, posso dizer que tive a felicidade de vive um momento saído de um filme.
Depois de almoço, estava um pouco entediada. Não queria ficar em casa, então, peguei no meu livro, “O grande amor da minha vida”, e decidi ir dar uma volta e parar em algum lado a ler.
Quanto ao livro, depois conto tudo, só digo que é um belíssimo livro. Romântico. Daqueles que dá um nó na garganta quando lemos. Mas com uma escrita brilhante e com histórias fantásticas encadeadas na história central.
Fui até à praça Duomo. É uma praça aqui perto, tem um espaço bonito, esplanadas agradáveis. Gosto dessa praça.
O café que já conheço estava fechado. Decidi, então, entrar noutro. Mais pequeno, estilo clássico, mas parecia agradável. Entrei e, ao balcão, pedi um cafe macchiato. É como um pingo direto.
Ao mesmo tempo que eu, entrou um rapaz. Vi-o sair da loja ao lado. Como fechou a porta da loja, percebi que trabalhava lá.
O rapaz tomou um café meio apressado ao balcão. Quando terminou, parou junto a mim, entregou umas moedas ao funcionário do café dizendo que era para pagar os dois, e saiu apressado. O empregado ficou meio baralhado, e ainda chamou pelo rapaz. Pareceu-me chamar-lhe Anton. Mas em vão, porque o rapaz já tinha saído. Então perguntou-me se eu o conhecia, eu disse que não. O empregado olhou-me e sorriu. E eu fiquei sem perceber bem o que se passou.
Decidi sentar-me um pouco, já que o café tinha wi-fi gratuito. Só quando terminei o meu café e me preparava para sair, é que percebi que os dois cafés a que o tal Anton, ou algo assim, se referia eram o dele e o meu.
Parecia coisa de filme. Sorri e saí.
Sentei-me nas escadas da igreja em frente ao café e ainda estava parva. Não é comum coisas destas acontecerem. Não a mim. E nunca me tinha acontecido.
Permaneci nessa escadaria e decidi ficar por ali a ler.
Depois fui às compras, vim para casa, e arranjei-me para o jantar.
Fui jantar a casa de duas raparigas gregas que também fazem Erasmus aqui. Foi um ótimo convívio. Éramos uns 12,13, não sei bem. Gregos, espanhóis, belgas, turcos e eu, a única tuga.
Hoje é um dia especial para os gregos. É uma espécie de sexta-feira santa, mas da igreja ortodoxa. O jantar era tipicamente grego. Uma delícia. O vinho italiano. A sobremesa era variada. Um pão-de-ló italiano, um bolo que comprei no Coop e um salame de nutela com bolacha e noz que a Dafni (uma das raparigas gregas) fez. Comemos, bebemos, falamos, brincamos, jogamos cartas, arrumamos tudo e, alguns foram para Modena para a festa académica, outros foram para casa. Eu vim para casa. Amanhã há aulas às 8h30. Não me posso esquecer do motivo principal da minha estadia aqui. E, a verdade, é que mesmo tendo aulas em italiano, eu gosto das aulas.
Como vêm, meus queridos, não podia estar mais feliz e mais apaixonada por este país. Afinal de contas, está a proporcionar-me momentos fantásticos. Alguns que parecem saídos de um filme.

Com muito amor, Xana

Buonanotte 

sábado, 5 de março de 2016

Ciao a tutti!!

Ciao a tutti!!
Famíia, afilhados, amigos, colegas…
Escrevo-vos este pequeno texto simplesmente porque sim...Ou simplesmente porque tenho saudades vossas!!
Este é o 12º dia desta minha aventura por terras de Romeu e Julieta. E que aventura… Tantas coisas novas, tanta comida diferente, o clima, as pessoas, os cheiros, as paisagens… Têm sido uns dias cheios de novidades. Às vezes sinto-me uma criança, é como se visse o mundo pela primeira vez.
Tantas vezes me lembro de vós. “Ah, o tal ia adorar esta praça!!”, “olha a outra ia adorar esta pizza!!”, “Ai, a tal ia amar esta loja!!”. Às vezes queria tanto poder partilhar convosco todo o meu dia. Aquelas pequenas coisas do dia-a-dia, mas que aqui parecem grandes acontecimentos. Por exemplo, logo no primeiro dia um casal muito simpático ajudou-me a comprar o cartão de telemóvel ( levaram-me à loja, ajudaram à tradução da conversa – aqui é difícil encontrar quem fale inglês-, e até ligaram para a operadora para me ativar o cartão). A rapariga desse casal tem passado por mim várias vezes e, de cada vez, vem me falar e perguntar como estou e se preciso de alguma coisa.
Aqui em Reggio Emilia, já temos um pequeno grupo de Erasmus (a maioria está em Modena – cidade vizinha). Temos um grupo no whatsapp e agora já temos um spot. É o Planet café. É um café onde temos buffet de graça, basta pedir uma bebida que custe 4€. A comida é ótima, o ambiente também, a música.
Também há os mercados. São um máximo. Imaginem pequenos mercados de Ovar nas pracetas aqui em volta. É demais. Há de tudo. Os preços é que nem sempre são ótimos.
E a senhora chinoca que canta?!? Essa é demais. Anda com umas colunas portáteis, um micro e um miúdo ( calculo que filho). Ela é tão pequenina e tem uma voz tão caricata. Só visto. Tenho de tentar gravar, discretamente.
Meus queridos, como tinha tanto para vos contar. Mas não é fácil pôr tudo em palavras. Apenas quero que saibam que eu estou bem. Tenho muitas saudades de todos vós, agradeço imenso o apoio e o carinho que me têm transmitido.
Ciao!!


Xana, 1 de Março de 2016, Reggio Emilia 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Meu querido

Ontem mostraram-me uma carta que uma mulher escreveu para a amante do marido, quando o pôs fora de casa. Adorei cada palavra, e senti que a maioria delas poderiam ter sido escritas por mim há quase 1 ano atrás.
Essa carta mexeu comigo de tal forma que me deu vontade de escrever. Não é uma carta, e muito menos uma carta àquela que foi amante do meu ex-noivo. É um simples texto para ele, o ex-noivo.
Bem, meu querido, não penses já que sabes o conteúdo da minha escrita, acredita que não o sabes. Há pouco menos de um ano pensava que estávamos perto de viver a prova de fogo da nossa relação. Não me enganei muito, mas não esperava que a única pessoa a superar a prova fosse eu. Tiveste de ir para outro país por uns meses. Sabia que não seria fácil aguentar a distância e a saudade, principalmente com o stress de um casamento mesmo à porta. Mas ambos sabemos que bastava um bocadinho de força de vontade, sinceridade e confiança para se conseguir. 
Eu sei que não sou uma pessoa muito fácil, mas sei que nesta batalha eu dei tudo! Fui compreensiva, amiga, não dei hipótese de te sentires inseguro, tentei não te aborrecer com pormenores do casamento. Cheguei a fazer papel de noivo e de noiva quanto aos preparativos. Mas nunca te deixei de fora de nenhuma decisão.
Pouco tempo depois de estares fora, percebi que algo não estaria bem. Mas como confiava tanto em ti, pensei que aquilo que eu julgava estar a acontecer não podia ser verdade.
Enfim, traíste-me, mentiste-me, humilhaste-me, destruíste-me sonhos, brincaste comigo e com todos os que nos apoiaram e ajudaram a ter tudo perfeito para o casamento.
Sempre te achei tão correto, tão seguro de si, tão Homem! Mas que raio de homem és tu que nem coragem teve para pôr um fim a toda esta palhaçada?! Sim, palhaçada porque não encontro nome melhor para toda esta história. Por ti teríamos casado, ido de lua de mel, e depois voltavas para ela e eu ficava aqui largada à espera dos papéis do divórcio. 
Pois, mas se fui forte enquanto sabia que me traías e fingia que estava tudo bem, também não ia fraquejar e deixar-te levar esta palhaçada ao extremo. Acabei com tudo!! Estoirei a bomba!! Não tive forças para o fazer sozinha, é verdade, estavam lá os meus pais. Mas tive a força e a coragem que tu não tiveste. E isso não há ninguém que possa negar.
Só eu sei o que passei antes, durante e depois do rebentamento da bomba. Mas sabes que mais? Apesar de toda a dor e de todas as marcas que ficaram, eu não me arrependo de ter sido assim.
Nunca pensei passar por semelhante, e nem o desejo a ninguém. Mas a verdade é que tudo isto me fez ver, mais uma vez, que tenho uma família espectacular que me apoia incondicionalmente. Aprendi que histórias de amor lindas e como se vê nos filmes e livros, não existem. A maioria das pessoas não sabe que amar não é só sorrir e dizer "amo-te", amar é lutar juntos e ultrapassar obstáculos. Aprendi também que, mais importante que estar lá na hora da dor, é muito importante estar lá depois. Porque a ferida não seca no dia seguinte, e a dor não passa facilmente.
Sobretudo, aprendi a não mudar uma virgula por alguém, a por-me sempre em primeiro lugar e a não deixar que nada nem ninguém altere a rota dos meus sonhos.
Basicamente posso dizer-te que  "fico a dever-te uma" pois graças a todo este circo que tu criaste, eu encontrei um novo caminho para mim e sei que vou ser muito feliz nele. Mas não te dês por sortudo, calma meu querido, aquilo que te fico a dever, a vida vai-te dar!!


Um grande beijo desta Mulher que teve a coragem e a força que tu nunca terás!
Sê feliz com aquilo que te sobrou, porque eu sei que ela não foi uma escolha tua, ela foi a única coisa que te sobrou!


Fragolita

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Carta para ti

Passaram 7 anos desde que tu partiste, meu querido Fragola!!
Tanta coisa aconteceu nestes 7 anos…

No ano passado, no dia em que fazia 6 anos que me despedi de ti, vivi um dos momentos mais felizes da minha vida. Foi uma noite perfeita.
O sítio, a companhia, os risos, a comida, a bebida, a sobremesa…não há palavras que descrevam como essa noite foi deveras maravilhosa. Sonhei muito com esse momento. Afinal de contas não é todos os dias que se é pedida em casamento. Tudo estava perfeito. Eu, ele, a madrinha Carla e o padrinho Rui. Que mais poderia pedir? Bem, hoje sei que poderia pedir respeito, fidelidade e, acima de tudo, poderia ter pedido que o pedido se concretizasse. Mas naquele momento não poderia pedir mais nada. A voz dele embaraçada a fazer o pedido, os olhos cheios de água, o anel mais lindo do mundo. Até o Rui se emocionou (e o rui é muito muito pouco emotivo). Posso dizer que vivi um lindo sonho de princesa.
Infelizmente o momento que serviria para “atenuar” um pouco da dor e da saudade do aniversário do teu último adeus, tornou-se em mais um momento de dor e de alguma saudade (não posso negar que há saudade).

Sabes, meu querido avô, naquela sexta feira 13 acreditei que eu também tinha direito a viver um conto de fadas. Sonhei tanto mas tanto com aquele momento, que quando o vivi a única coisa que conseguia dizer, antes mesmo de dizer “sim”, era “estás a falar a sério? Estás mesmo a falar a sério?!”. Não conseguia acreditar que tinha chegado o momento de viver o meu sonho de menina.
 Sonho que se tornou num pesadelo…
 Sonho que ficou por realizar...
 Sonho que ficou em cacos...
 Sonho que dói. Sonho que me roubaram…


Fragolita

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Primavera da Vida

Há dias assim... 
Dias de Primavera, dias inconstantes, dias de chuva, dias de sol...
Dias que não são sempre de sol brilhante...Dias em que a chuva e o céu cinzento interrompem o sol...
Assim como a Primavera não são só dias de sol brilhante e jardins floridos, também o nosso coração tem dias cinzentos e chuvosos...
Há dias em que o sol brilha dentro de nós, dias em que sorrimos só porque acordamos bem dispostos, dias em que sorrimos sem motivo aparente, dias em que nos sentimos bem, dias em que nos sentimos plenos...Mas de vez em quando a chuva vem dar um ar de sua (pouca) graça e, então, a nossa vontade de sorrir não existe, no máximo conseguimos esboçar um sorriso "amarelo" muito forçado, dias em que só apetece ficar em casa sem ouvir nem falar com ninguém...
Nem sempre está ao nosso alcance conseguir mudar as coisas... Podemos fazer por isso, mas nem sempre depende de nós, da nossa vontade... Há coisas em que são precisos dois pares de braços a remar o mesmo barco, para o levar até um porto seguro...
Se só um rema, então, torna-se difícil levar o barco para o tão ansiado porto seguro...É uma dura batalha...Mas há que ter esperança que o outro par de braços esteja , apenas, a descansar um pouco da dureza da viagem...
Às vezes é preciso remar sozinho durante um tempo...
Será que vale o esforço e o peso de tamanha viagem?!?!



TUA Fragolita 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Beleza confusa

A beleza está nos olhos de quem a vê.
Diz o ditado, diz a voz do povo, diz a sabedoria popular...
De facto, quando amamos algo/alguém reconhecemos-lhe uma beleza singular que nos atrai fatalmente. Mesmo que, aos olhos dos outros, não haja beleza alguma, quando se ama, tudo é belo, tudo irradia beleza, tudo é bom, tudo é lindo, tudo é singular.

Minha cara/ meu caro/ meus caros, sem dúvida que já foste sinónimo de beleza sem igual para alguém. Sem dúvida que já foste tudo na vida de alguém. Mas não basta ser bela, é preciso saber cultivar a nossa beleza nos olhos do outro. É preciso ter a humildade re reconhecer que toda a beleza é efémera e, por isso, temos de a cuidar e a cultivar regularmente. Só assim podemos colher os frutos do amor recíproco. É preciso ter belas atitudes, belos sentimentos, belas demonstrações, belas acções.

Não basta ter um belo sorriso e um belo corpo. Esses o tempo apaga, a maquilhagem disfarça, a roupa adquada emoldura. Quando não se cultiva a beleza nos olhos dos outros, essa beleza desvanece, morre e, por fim, deixa de existir. O amor do outro morre. E, por fim, deixa de existir.  A história tem um fim.

Nessa altura chora-se, grita-se, berra-se, zangamo-nos com o Mundo! Custa! Dói! Faz sofrer! Mas o tempo passa e a dor desaparece. Às vezes transforma-se em rancor, em inveja, em ódio camuflado de indiferença. Passa a odiar-se o outro e a pessoa que, agora, o outro ama e tem como sua bela. Mas, minha cara, vais censurar os olhos de quem já te teve como sua bela? Vais criticar a beleza de alguém quando já estiveste no mesmo lugar?? Não faças isso. Não te sujeites a tal auto-humilhação!! Aprende a cultivar a tua beleza nos olhos de quem a quer ver e, sobretudo, aprende com erro que tanto te fez sofrer.

A beleza está nos olhos de quem a vê.
Constrói a tua beleza e aprende a cultiva-la!



Fragolita