24º dia
de Aventura
Ciao a
tutti!!
Famiglia,
amici, figliocci …
Sono
moto felice in italia!!
Como a
maioria sabe, ou se não sabe fica a saber, este fim-de-semana fui conhecer
Pisa.
A
Francesca, a minha colega de casa, viu o meu ambiente de trabalho do computador
e perguntou-me onde tinha tirado aquela foto. É uma foto que tirei na mini
europa em Bruxelas, e em que estou a apontar para a réplica da torre de Pisa.
Expliquei-lhe e ela perguntou-me se eu gostava de conhecer a “verdadeira”
torre. Claro que respondi que sim. Aí ela disse-me que, como mora em Pisa, da
próxima vez que fosse a casa, se eu quisesse, poderia ir com ela e ficar na
casa dela.
Então,
esta semana perguntou-me se ainda queria ir. Disse logo que sim, se ela não se
importasse. Sempre simpática e amiga, disse que teria todo o gosto de me
receber. Comprámos os bilhetes.
Combinámos
de nos encontrar na estação, na sexta-feira, por volta das 17h.
Partimos,
então, de Reggio Emilia em direção a Pisa no comboio das 17h22. Foi uma longa
viagem. Eu, ela e a Valéria (uma colega de trabalho da Francesca que ia visitar
a irmã a Pisa). Chegámos por volta das 21h a Pisa. A casa da Francesca ficava a
5 minutos a pé da estação.
Pousámos
as nossas coisas, a Francesca foi buscar a chave do carro, e fomos deixar a
Valéria a casa da irmã e o irmão da Francesca à sede do partido (ou a um sitio
do género).
Quando
nós regressámos, jantámos e fomos descansar. Tinha sido um longo dia.
No
sábado de manhã, depois do pequeno-almoço, fomos até ao centro da cidade. O
centro tinha imensas lojas de roupa, perfumarias, lojas de recordações,
artistas de rua. A Francesca mostrou-me onde foi a sua primeira casa, onde foi
a sua Universidade, o largo onde os estudantes costumam passar o tempo e,
finalmente, chegámos á praça onde está a torre de Pisa. A tore fica numa praça
chamada Piazza dei Miracoli. Além da torre, existe lá um batistério, uma igreja
e um cemitério. Representam o princípio, o meio e o fim da vida. São monumentos
lindíssimos. Em pedra branca,
imponentes. O batistério (infelizmente não conseguimos entrar) é lindo. Tem uma
forma redonda. Impressionante. Ao redor, existe um extenso relvado onde algumas
pessoas aproveitavam o sol, tiravam fotos, liam, namoravam.
Depois
de muitas fotos, encontrámos umas amigas da Francesa. Uma simpatia de
raparigas. Sempre simpáticas, combinámos de ir jantar juntas. Uma espécie de
jantar das mulheres.
Entretanto,
já eram horas de ir almoçar e, com tanta caminhada, já estávamos com fome.
Fomos para casa e a Francesca preparou uma “pasta con ragú”. É uma espécie de
“massa à bolonhesa”. Que repasto. Este país não dá para dietas, e com a
Francesa a cozinhar, impossível! Para sobremesa uns biscoitos que a mãe da
Francesca mandou, e uma fatia de pão com nutela para cada uma. Como a francesca
diz, “Para um docinho, há sempre espaço”.
Depois
de almoço, descansámos um pouco e, a meio da tarde voltámos a sair. Já tínhamos
saído de casa quando ela me falou no mar, e que ficava a 20 minutos de carro.
Ela viu na minha cara que eu adoraria ir ver, e logo me perguntou se queria ir
ver o pôr-do-sol no mar. Não havia como recusar esta proposta. Fomos a casa
buscar a chave do carro e o carro, e pusemo-nos a caminho.
Não
cheirava a mar. Não cheirava ao nosso mar. Mas a paisagem era fantástica. Uma
água azul a contrastar com uma praia de pedras brancas. O céu a ganhar tons
rosa e laranja. Lindo. Tirámos imensas fotos. Conversámos. Passeámos. Ficámos
ali até o sol se pôr completamente.
Nessa
praia, só um pequeno espaço tinha areia. Havia, ao fundo, um porto para os
barcos de passeio. Lindo!! Acho que não há palavras que descrevam aquela
paisagem. Não sei se pela sua beleza, se pela saudade que eu tinha de ver o
mar. A verdade é que me soube muito bem.
De
regresso a casa, parámos apenas do Coop, o supermercado. Voltámos a casa,
arranjámo-nos para o jantar e lá fomos nós.
Fomos
jantar a uma Trattoria. Uma tratória é um restaurante típico. Aquele era de
comia típica do sul. O edifício, explicou-me uma amiga da Francesca, é uma
antiga igreja. O altar fica na cozinha. Lindo! A comida era deliciosa. Comi
tagliatelle à ragú di salsiccia e castagna. Humm, é tudo o que consigo dizer.
Bebemos vinho tinto e, para sobremesa, uns biscoitos com amêndoa que tínhamos
de mergulhar num licor. Uma espécie de aguardente. Muito bom. No fim, cada uma
bebeu um golinho da aguarente que sobrou. “Começa a portuguesa”, disse uma
amiga da Francesa.
À
saída, encontrámos um casal amigo delas. Apresentaram-me e eles disseram logo
que teria de provar um shot chamado “bomba hidráulica”. O nome assustou-me um
bocado, mas la fui. Com uma decoração ao pormenor, depois de o barman deitar
fogo ao shot, bebi e gostei. Um pouco forte, mas como levava chocolate, o sabor
nem era mau.
Dalí
fomos ao Sud. O Sud (sinónimo de sul, em italiano) é um bar onde servem bebidas
típicas do sul de itália. A Francesca explicou-me que em Pisa a maioria dos
habitantes é originário do sul de itália, como ela, por isso existem muitos
restaurantes e bares com coisas típicas dessa região. No sud, cada uma pediu um
copinho de um licor. O meu era de café. Mais uma maravilha italiana.
Depois
de conversas e risadas, fomos até ao largo onde os estudantes costumam estar.
Nesse largo, nas noites de fim-de-semana, costuma haver pessoas a tocar
instrumentos e a dançar, explicou-me a Francesca. Havia imensa gente. A música
era tradicional do sul. Algo parecido com folk. Algumas pessoas dançavam. As
amigas da Francesa dançavam. A Francesca dançava. Eu arrisquei um ou dois passos.
Pouco. Não é fácil dançar aquilo, e os meus pés ainda não estão prontos para
tantos pulinhos.
De
regresso a casa, e já a noite ia bem longa, a Francesca perguntou-me se tinha
gostado da noite. Disse-lhe, com um sorriso, que adorei. E é verdade. A noite, a
manhã, a tarde, foi tudo muito bom. Nem sempre existem pessoas assim, que abrem
as portas da sua casa, da sua vida, a um alguém quase estranho de quem pouco
sabem.
No
domingo, hoje, aproveitámos para descasar e dormir mais um pouco. Depois do
pequeno-almoço, aprimorado com uns biscoitos que a avó da Francesca lhe mandou,
arrumamos as nossas coisas. A Francesa limpou a casa. Sei que parece mal dizer
que não fiz nada. Mas é a verdade. Ela não me deixava. Nem sequer lavar a louça
do pequeno-almoço. Esperámos pelo irmão da Francesca para almoçar. A ementa era
“pasta com zucchini i salmone”. Mais uma delícia para ajudar à dieta.
Como
almoçamos tarde e tínhamos de apanhar o comboio às 17h, ficamos por casa.
Liguei à família pelo facebook para matar um bocadinho de saudades. Entretanto
a Francesca perguntou-me se queria ir com ela visitar o bebé recém-nascido de
uns vizinhos. La fomos nós. Vimos o bebé. Tomámos café. Conversámos. E já
estava na hora de regressar. Pegámos nas nossas coisas e fomos até à estação.
Depois
de três horas de viagem regressámos a Reggio Emilia. À nossa casinha.
Tenho
de confessar que não me apetece nada ter de mudar de casa. Ok, este quarto é
pequeno e tem uma janela no teto que deixa a luz entrar desde o nascer do dia.
Mas com uma companheira de casa assim, que importância isso tem?? Pouca. Mas
era isso que estava acordado com o senhorio e não me parece que exista volta a
dar.
Mesmo
assim, e apesar de ainda nem um mês ter passado, posso vos dizer que tive muita
sorte com esta companheira de casa.
Como
vêm, meus queridos, esta minha, ainda breve, aventura está a ser muito boa.
Muitos
beijinhos
A vossa
Xana Italiana