quinta-feira, 30 de junho de 2011

Se o meu coração fosse uma rocha, seria, certamente, um conglomerado. Uma rocha sedimentar formada por diversos clastos unidos por um cimento. Pedaços de um coração que um dia foi um só e que hoje é um conjuntos de pedaços que se foram partido ao longo do caminho e que o amor e o carinho dos amigos e da família ajudou a colar.
Não, não estou triste. Dizer que o meu coração é um conjunto de pedaços colados não é , para mim, sinónimo de tristeza. é sinónimo de verdade e realismo. Não estou triste porque tenho o coração partido. Estou feliz porque tenho pessoas que sei que estarão sempre lá para voltar a colar vezes sem conta os pedacinhos do meu conglomerado que se vão desintegrando com a meteorização da vida.
Todos nós um dia, por diversas circunstâncias, já partimos o nosso coração. Por amor, por desilusões com pessoas que julgávamos amigas, por pessoas que perdemos, porque não alcançamos o nosso objectivo, etc.
Mas o importante, o mais importante de tudo, é que possamos aprender com cada circunstância que faz o nosso coração partir e, sobretudo, saber que temos pessoas que estarão sempre lá para colar os pedacinhos todos e fazer um coração inteiro a partir de um coração fragmentado.
A todos que colaram os pedacinho do meu coração: Obrigado!
A todos que o partiram: Obrigado! Fizeram-me crescer e aprender a contornar as vicissitudes. 

Fragolita

sábado, 25 de junho de 2011

Momentos Pandora

Na vida tudo se resume a uma caixa de Pandora. Uma pequena caixa branca, de forma cúbica e com o símbolo gravado no topo. Uma espécie de “O” com uma coroa no topo. Essa coroa tem três bicos. Cada um deles representa uma regra crucial para a vida: love, laugh, love. Eu não sou grande fã de estrangeirismos mas, neste caso, achei interessante como as três palavras começam pela mesma letra, e como a forma dessa letra, a letra l, se assemelha a cada bico da coroa da Pandora.
Como estava eu a dizer, a vida resume-se a uma caixinha de Pandora. Um lugar onde guardamos aqueles momentos que amamos e que queremos sempre recordar e ter por perto. Gostamos de, de vez em quando, abrir a nossa caixinha de Pandora e recordar um por um, todos os nossos momentos de felicidade. Aquela surpresa que alguém nos preparou com amor. Aqueles amigos que estiveram ao nosso lado quando mais precisamos. Alguém de quem nos orgulhamos. Aquela amiga que, de tão especial que é, nunca será esquecida. O nosso pai que a distância separa mas que o coração une. Aqueles que não são do nosso sangue mas temo-los como família. A irmã que amamos incondicionalmente e que, silenciosamente, idolatramos pois sabe que ela nos supera em muitas coisas. A mãe que amamos apesar das diferenças. O desejo de boa sorte de alguém por quem temos muito carinho. A tia que quis deixar um “X” como recordação. A promessa de estarmos sempre juntos daqueles que mais amamos e que são o nosso pilar. A notícia de que um novo ser está a caminho.
São estes os momentos que trago na minha caixinha de Pandora. Ou melhor, na minha pulseira, pois houve alguém que achou que os momentos marcantes não deveriam ficar fechados numa caixinha. Pelo contrário, achou que os momentos e as pessoas que nos marcam poderiam estar connosco sempre e servir para que sempre que estivéssemos em baixo, olharmos para cada peça e recordar cada momento ou pessoa e, aí, sentir o carinho que cada peça representa.
Afinal de contas, o que é a nossa vida senão um aglomerado de momentos e pessoas?!?
A vida não é curta como tantas vezes ouvimos dizer. A vida é longa. Só é curta quando não rimos, não amamos, não vivemos. Só aí é que a nossa vida se resume a uns poucos momentos Pandora. Aí sim, podemos dizer que a vida é curta. Mas quando rimos e sorrimos, a vida ganha cor e proporciona-nos grandes momentos. Quando amamos, somos também amados e a vida ganha outro sabor. Quando vivemos, no verdadeiro sentido da palavra, quando não nos limitamos a respirar e a deambular pelo mundo, vamos coleccionando uma série de momentos felizes que iremos guardar para sempre na nossa caixinha de Pandora.
Os momentos menos bons também podem ser guardados. Não como forma de nos martirizarmos e alimentarmos a dor. Mas como fonte de inspiração para que as vitórias do futuro sejam mais apreciadas e se tornem em momentos Pandora. 

Fragolita Xana