14º dia
Adoro
ver filmes românticos. Daqueles bem lamechas, que nos fazem sonhar e pensar que
existem príncipes da na vida real. Daqueles que se cruzam connosco por
coincidência, que vão contra nós e se dá o “clique”, daqueles que nos pagam uma
bebida num bar e mandam o empregado entregar-nos um bilhete. Muito lamechas e,
talvez, um pouco irrealista. Ok. Mas eu sei que isso não é a realidade. Ou
achava que sabia. Porque hoje, nesta minha querida itália, posso dizer que tive
a felicidade de vive um momento saído de um filme.
Depois
de almoço, estava um pouco entediada. Não queria ficar em casa, então, peguei
no meu livro, “O grande amor da minha vida”, e decidi ir dar uma volta e parar
em algum lado a ler.
Quanto
ao livro, depois conto tudo, só digo que é um belíssimo livro. Romântico.
Daqueles que dá um nó na garganta quando lemos. Mas com uma escrita brilhante e
com histórias fantásticas encadeadas na história central.
Fui até
à praça Duomo. É uma praça aqui perto, tem um espaço bonito, esplanadas
agradáveis. Gosto dessa praça.
O café
que já conheço estava fechado. Decidi, então, entrar noutro. Mais pequeno,
estilo clássico, mas parecia agradável. Entrei e, ao balcão, pedi um cafe
macchiato. É como um pingo direto.
Ao
mesmo tempo que eu, entrou um rapaz. Vi-o sair da loja ao lado. Como fechou a
porta da loja, percebi que trabalhava lá.
O rapaz
tomou um café meio apressado ao balcão. Quando terminou, parou junto a mim,
entregou umas moedas ao funcionário do café dizendo que era para pagar os dois,
e saiu apressado. O empregado ficou meio baralhado, e ainda chamou pelo rapaz.
Pareceu-me chamar-lhe Anton. Mas em vão, porque o rapaz já tinha saído. Então
perguntou-me se eu o conhecia, eu disse que não. O empregado olhou-me e sorriu.
E eu fiquei sem perceber bem o que se passou.
Decidi
sentar-me um pouco, já que o café tinha wi-fi gratuito. Só quando terminei o
meu café e me preparava para sair, é que percebi que os dois cafés a que o tal
Anton, ou algo assim, se referia eram o dele e o meu.
Parecia
coisa de filme. Sorri e saí.
Sentei-me
nas escadas da igreja em frente ao café e ainda estava parva. Não é comum
coisas destas acontecerem. Não a mim. E nunca me tinha acontecido.
Permaneci
nessa escadaria e decidi ficar por ali a ler.
Depois
fui às compras, vim para casa, e arranjei-me para o jantar.
Fui
jantar a casa de duas raparigas gregas que também fazem Erasmus aqui. Foi um
ótimo convívio. Éramos uns 12,13, não sei bem. Gregos, espanhóis, belgas,
turcos e eu, a única tuga.
Hoje é
um dia especial para os gregos. É uma espécie de sexta-feira santa, mas da
igreja ortodoxa. O jantar era tipicamente grego. Uma delícia. O vinho italiano.
A sobremesa era variada. Um pão-de-ló italiano, um bolo que comprei no Coop e
um salame de nutela com bolacha e noz que a Dafni (uma das raparigas gregas)
fez. Comemos, bebemos, falamos, brincamos, jogamos cartas, arrumamos tudo e,
alguns foram para Modena para a festa académica, outros foram para casa. Eu vim
para casa. Amanhã há aulas às 8h30. Não me posso esquecer do motivo principal
da minha estadia aqui. E, a verdade, é que mesmo tendo aulas em italiano, eu
gosto das aulas.
Como
vêm, meus queridos, não podia estar mais feliz e mais apaixonada por este país.
Afinal de contas, está a proporcionar-me momentos fantásticos. Alguns que
parecem saídos de um filme.
Com
muito amor, Xana
Buonanotte
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