quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Meu querido

Ontem mostraram-me uma carta que uma mulher escreveu para a amante do marido, quando o pôs fora de casa. Adorei cada palavra, e senti que a maioria delas poderiam ter sido escritas por mim há quase 1 ano atrás.
Essa carta mexeu comigo de tal forma que me deu vontade de escrever. Não é uma carta, e muito menos uma carta àquela que foi amante do meu ex-noivo. É um simples texto para ele, o ex-noivo.
Bem, meu querido, não penses já que sabes o conteúdo da minha escrita, acredita que não o sabes. Há pouco menos de um ano pensava que estávamos perto de viver a prova de fogo da nossa relação. Não me enganei muito, mas não esperava que a única pessoa a superar a prova fosse eu. Tiveste de ir para outro país por uns meses. Sabia que não seria fácil aguentar a distância e a saudade, principalmente com o stress de um casamento mesmo à porta. Mas ambos sabemos que bastava um bocadinho de força de vontade, sinceridade e confiança para se conseguir. 
Eu sei que não sou uma pessoa muito fácil, mas sei que nesta batalha eu dei tudo! Fui compreensiva, amiga, não dei hipótese de te sentires inseguro, tentei não te aborrecer com pormenores do casamento. Cheguei a fazer papel de noivo e de noiva quanto aos preparativos. Mas nunca te deixei de fora de nenhuma decisão.
Pouco tempo depois de estares fora, percebi que algo não estaria bem. Mas como confiava tanto em ti, pensei que aquilo que eu julgava estar a acontecer não podia ser verdade.
Enfim, traíste-me, mentiste-me, humilhaste-me, destruíste-me sonhos, brincaste comigo e com todos os que nos apoiaram e ajudaram a ter tudo perfeito para o casamento.
Sempre te achei tão correto, tão seguro de si, tão Homem! Mas que raio de homem és tu que nem coragem teve para pôr um fim a toda esta palhaçada?! Sim, palhaçada porque não encontro nome melhor para toda esta história. Por ti teríamos casado, ido de lua de mel, e depois voltavas para ela e eu ficava aqui largada à espera dos papéis do divórcio. 
Pois, mas se fui forte enquanto sabia que me traías e fingia que estava tudo bem, também não ia fraquejar e deixar-te levar esta palhaçada ao extremo. Acabei com tudo!! Estoirei a bomba!! Não tive forças para o fazer sozinha, é verdade, estavam lá os meus pais. Mas tive a força e a coragem que tu não tiveste. E isso não há ninguém que possa negar.
Só eu sei o que passei antes, durante e depois do rebentamento da bomba. Mas sabes que mais? Apesar de toda a dor e de todas as marcas que ficaram, eu não me arrependo de ter sido assim.
Nunca pensei passar por semelhante, e nem o desejo a ninguém. Mas a verdade é que tudo isto me fez ver, mais uma vez, que tenho uma família espectacular que me apoia incondicionalmente. Aprendi que histórias de amor lindas e como se vê nos filmes e livros, não existem. A maioria das pessoas não sabe que amar não é só sorrir e dizer "amo-te", amar é lutar juntos e ultrapassar obstáculos. Aprendi também que, mais importante que estar lá na hora da dor, é muito importante estar lá depois. Porque a ferida não seca no dia seguinte, e a dor não passa facilmente.
Sobretudo, aprendi a não mudar uma virgula por alguém, a por-me sempre em primeiro lugar e a não deixar que nada nem ninguém altere a rota dos meus sonhos.
Basicamente posso dizer-te que  "fico a dever-te uma" pois graças a todo este circo que tu criaste, eu encontrei um novo caminho para mim e sei que vou ser muito feliz nele. Mas não te dês por sortudo, calma meu querido, aquilo que te fico a dever, a vida vai-te dar!!


Um grande beijo desta Mulher que teve a coragem e a força que tu nunca terás!
Sê feliz com aquilo que te sobrou, porque eu sei que ela não foi uma escolha tua, ela foi a única coisa que te sobrou!


Fragolita

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