quinta-feira, 22 de setembro de 2011

22 de Setembro

Lembro aquela noite com todos os detalhes. Parece que foi ontem. E passou já um ano.
Naquele dia nada comi, nada bebi, apenas chorei. Não suportava mais aquela dor no peito. Queria dormir e pensar que tudo tinha sido um pesadelo. Não conseguia.Queria desaparecer. Queria ir ter com o meu fragola e com o Xavier. Foi então que peguei em todos os medicamentos que tinha e tomei-os. Um a um. Os ultimos já custaram a ingerir. Mas eu só queria desaparecer, só tinha vontade de morrer.
Graças a eles o sono chegou. Mandei uma mensagem à carla, como que uma despedida, e uma ao António. as únicas pessoas que me preocupavam eram eles. Só senti vontade de me despedir deles.
Adormeci.
Acordei passado algum tempo (não sei quanto) com o António a bater na janela e na porta do meu quarto vom uma força tal que ambas tremiam. Abri a porta e disse-lhe "Fala praí..". Deitei-me na cama. Foi aí que ele viu as embalagens vazias e perguntou-me o que tinha eu feito. Ri-me na cara dele. Ele voltou a questionar-me, embora ja soubesse a resposta, e disse para irmos ao hospital. como é lógico eu não queria, mas ele consegui convencer-me quando ligou à carla e lhe disse o que aconteceu.
E lá fui eu para o hospital de vila real.
O tratamento não podia ser pior. Para a médica e para as enfermeiras eu era um bicho. Ou pior. Levaram-me para uma sala e enfiaram-me um tubo no nariz sem qualquer cuidado ou anestesia. Vomitei a sala e a enfermeira toda. O tubo nao entrou e o procedimento foi repedido. Mais uma vez sem cuidado ou anestesia. A enfermeira estava tão danada que aplicou força tal que ele entrou logo. De tubo no nariz fui para um corredor onde ao meu lado estava uma senhora idosa que so gritava. Só me queria vir embora. Mas nem isso podia. Era necesário que o António assinasse o termo e ele recusava-se. Na altura fiquei chateada, hoje sei que ele fez o melhor. Não dormi nada. Tinha dores do nariz ao estômago. A mulher gritava. Os médicos só lá iam manda-la calar. Ela morre de madrugada. Numca tinha visto ninguém falecer. Senti-me triste.
Chegou a manhã e fui para a enfermaria. Tomei o pequeno almoço a muito custo. Comer era a última coisa que me apetecia. E lá fiquei. aguardando a chegada do psiquiatra para me dar a alta. E lá veio ele. Falou comigo e não me queria deixar vir embora com o António. Tanto insisti que lá viemos embora.
Que noite.
Foi a noite que tudo mudou.
A noite que não quero repetir.
Obrigado a todos que me ajudaram!!



Fragolita

terça-feira, 13 de setembro de 2011

12 de Setembro

Meu querido fragola.
Passaram 4 anos desde que te perdi. Recordo o dia da tua perda como se tivesse sido ontem. Ainda sinto os cheiros e ainda ouço os sons. A neide lá em casa logo de manhã. O abraço que fui a correr dar à lai.
Não queria acreditar o que, no fundo, senti a noite toda que tinha acontecido.
Fazes falta. Fazes-me falta.
Nestes 4 anos aconteceram muitas coisas das quais eu gostava que tivesses feito parte. Sei que estás sempre comigo, mas fazeres parte significaria estares lá, comigo, ao meu lado. Entrei na faculdade ( foi por 2 dias que não partilhaste comigo este momento ). Amei. Sofri. Vivi. Tirei a carta. Queimei as fitas.
Todos estes dias sem ti, foram dias incompletos. Faltava-me o meu mentor, o meu herói. Mas senti a tua presença. Não que isso me baste. Mas já significou algo.

Tua Fragolita

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

2 de Setembro de 2011

Parece que Setembro está destinado a ser um péssimo mês para mim. 
Num ano perco "O Amor" e desisto de viver. Este ano, vou para jantar fora em família e o meu querido pim e o meu guguinha vão para o hospital por causa de um idiota que não sabe conduzir. 
Não me sai da cabeça aquele momento em que me apercebo que era o carro do meu tio que tinha batido. Veio-me logo à cabeça o meu menino e o meu tio. Saio do carro e vejo o meu tio agarrado ao peito, o meu menino em choque e com a mão na cabeça. 
Depois a chegada dos bombeiros. A cara de pânico do meu guga. Três homens a imobilizarem o meu tio e a porem-no na maca. E eu ali. Impotente. Senti-me uma inútil quando a única coisa que pude fazer foi ligar ao 112. 
Dois dos meus heróis ali, a caminho do hospital. 
Estava em pânico. Queria ligar-te e ter um colo. Não consegui.
Fui ter com os meus outros dois heróis, o meu gonçalo e o meu benny.
A eles ainda podia dar carinho e apoio.
Que susto. Mas que grande susto.
Felizmente eles, como heróis que são, conseguiram vir para casa. Mas só saber que eles ficaram feridos faz-me ficar triste. Não merecem que nada lhes aconteça pois são dos melhores seres humanos que existem no mundo.
Mas vai passar. Eles vão ficar bem. Eu acredito nisso.
A vocês meus heróis. Vocês vão ficar bem.

Fragolita